Quando estudamos o empreendedorismo, deparamo-nos logo com uma grande diversidade de conceitos que têm sido utilizados por diversos autores, sendo inclusive alguns contraditórios. Apesar da sua popularidade ser bastante recente, o seu estudo remonta ao século XVIII onde o economista francês Richard Cantillon terá sido o primeiro responsável pelo surgimento desta noção, dando uma definição de empreendedorismo muito idêntica à noção conceptual dos tempos atuais.
Em 1755 no seu ensaio Essaisur la nature du commerce en general descreve o empreendedor como uma pessoa que adquire um determinado produto por um preço e o vai posteriormente vender por um preço incerto, tomando decisões sobre obter e usar recursos assumindo o risco empresarial. Desde então muitos têm sido os autores de referência que têm estudado este fenómeno contribuindo assim para a sua evolução conceptual (Adam Smith, John Stuart Mill, Carl Menger, Jean-Baptiste Say, Francis Walker, Knight, Karl Marx, Schumpeter, Peter Drucker, Johannessen, Filion, Soumodip Sarkar entre tantos outros).
Quando estudamos Empreendedorismo deparamo-nos logo com uma lista interminável de tipologias o que nos leva a concluir que cada caso é um caso específico e que para cada tipo de empreendedor podemos encontrar um tipo de empreendedorismo “quase” específico.
Para simplificar esta tarefa, começamos por dividir o empreendedorismo em duas tipologias (cariz) distintas, Empresarial e Social ou pelas características fundamentais que definem o empreendedor, (i) O Empreendedor/Empreendedorismo Startup (que cria novos negócios/ empresas); (ii) o Empreendedor/Empreendedorismo Corporativo (Intra-empreendedor ou empreendedor corporativo que empreende dentro de uma empresa já existente que não é sua); e (iii) Empreendedor/Empreendedorismo Social (empreendedorismo cuja missão é estritamente social).
As maiores barreiras à iniciativa inovadora, ou seja, ao empreendedorismo, são barreiras psicológicas que se vão solidificando ao longo da vida através da ausência ou más experiencias vividas, quando na verdade, a maior razão do aparecimentos dessas barreiras, passa pela insuficiente aprendizagem e conhecimento do tema pela generalidade das pessoas, não permitindo o desenvolvimento das características empreendedoras, motivações e capacidades pessoais para transformar uma visão, através de uma missão na realização de um sonho.
Existem grandes negócios (Google, Apple, Amazon, Hewlett Packard, Disney, e tantos outros) de enorme sucesso mundial, iniciados numa pequena garagem, na maioria, por jovens universitários, que nunca lhes tinha passado pela cabeça tornarem-se empresários, até ao dia em que alguém os motivou a levar em frente as suas ideias, colocá-las em prática e nunca desistirem do sonho – O sonho do Empreendedor.
Miguel Nuno Portugal - Docente da Universidade Europeia, in Gestão e Estratégia, Desafios da Globalização